Na última sessão da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, o deputado eleito pelo Bloco de Esquerda, Pedro Jorge, apresentou uma Moção de Recomendação à Câmara para Criação de um Programa de Apoio Municipal às Famílias e Empresas Afectadas pelo Aumento do Custo de Vida. Esta Recomendação foi aprovada com 5 votos a favor – o do Bloco, o da CDU e os três do PSD, merecendo a abstenção das bancadas maioritárias do PS e do Movimento FAP (Figueira a Primeira).
"Considerando que:
1) A subida da inflação está a afectar quem vive e trabalha na Figueira da Foz, com aumento do custo de vida e deterioração dos salários, ainda no seguimento dos efeitos da crise sanitária e social da COVID-19;
2) Os bens de primeira necessidade, como o gás, a eletricidade, os alimentos e as rendas estão muito mais onerosos do que no início do ano;
3) As IPSS, as associações culturais e desportivas também estão a ser afetadas por este aumento dos custos;
4) Os pequenos comerciantes, nomeadamente aqueles que ocupam os espaços municipais, têm visto os seus custos aumentar;
5) As famílias mais vulneráveis, nomeadamente as que vivem nas habitações geridas pelo município estão ainda mais vulneráveis à pobreza;
6) O preço médio das habitações tem vindo a subir desde o primeiro trimestre;
7) A Autoridade Tributária indica que as receitas do IMT cresceram 35% em 2021, tendo sido transferidos mais 38,5% de receita para os municípios, esperando-se uma subida acentuada desta receita para 2022;
8) É da responsabilidade do município garantir a manutenção das condições de vida de quem vive na Figueira, nomeadamente das pessoas mais vulneráveis, como as famílias com menos recursos, as pessoas idosas e os jovens;
9) O município tem também a responsabilidade de apoiar as forças vivas do concelho, nomeadamente as IPSS, o movimento associativo, a cultura e os pequenos comerciantes;
Assim, ao abrigo do disposto nas alíneas c), k) e m) do artigo 23.o e alíneas ee) e e rr) do no. 1 do artigo 33o, ambos do Regime Jurídico das Autarquias Locais, aprovado em Anexo à Lei n.o 75/2013, de 12 de setembro, propomos que a Câmara Municipal delibere:
1. Congelamento das rendas residenciais da Câmara Municipal da Figueira da Foz até 31 de dezembro de 2023;
2. Congelamento das rendas dos espaços comerciais da Câmara Municipal da Figueira da Foz até 31 de dezembro de 2023;
3. Isenção de 50% das taxas, no segundo semestre de 2022, referente a mercados (lugares e lojas) e atividades económicas não sedentárias (feiras, venda ambulante e prestação de serviços) sob gestão da Câmara Municipal;
4. Isenção de 50% das taxas, no segundo semestre de 2022, referente a bancas e quiosques sob gestão da Câmara Municipal;
5. Isenção de 50% das taxas, no segundo semestre de 2022, referente a Ocupação da Via Pública.
6. Reforço do Fundo de Emergência Social para as famílias;
7. Reforço do Fundo de Emergência Social para IPSS e entidades sem fins lucrativos;
8. Reforço do Fundo de Emergência Social para movimento associativo popular e entidades com fins altruísticos (incluindo coletividades e clubes) que realizam atividades de cariz eminentemente social, cultural ou desportivo no concelho da Figueira;
9. Apoio extraordinário às entidades culturais;
10. Manutenção do preçário dos espaços culturais geridos pelo município até final de 2023.
11. Gratuitidade de todos os espaços culturais geridos pelo município para menores de 18 anos, estudantes e maiores de 65 anos até final de 2023."